quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Falando no celular

Hoje o Brasil tem mais celulares do que população. Mas parece que o Brasil, depois de tantos anos, ainda não aprendeu a falar ao telefone.
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É um tal de gente gritando na rua, no banco, no ônibus, no metrô. Parece até que temos obrigação de conhecer em detalhes a vida de cada um. Já tentei de tudo: cara feia, falar mais alto do que a pessoa e por fim descobri a maneira perfeita de fazer a pessoa baixar a voz: viro o rosto na direção como se estivesse ouvindo tudo com muito interesse. Costuma funcionar porque o brasileiro adora fazer fofoca mas morre de medo de fofoqueiro.
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Gritar no celular, além de ser muito brega, é tremenda falta de educação.

domingo, 7 de novembro de 2010

Festa 5 - Fofoca

Em toda boa festa de família, era normal ouvirmos gente falando bem  e gente falando mal uns dos outros. Era quase como a música ambiente, pano de fundo a reforçar que somos uma família.
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No dia seguinte, os comentários ainda rendiam uns telefonemas, reforçando mais uma vez os nossos laços, afinal nem tudo podia ser dito na frente de todos! E assim costurávamos a teia que nos une.
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Mas hoje em dia, com essa coisa do politicamente correto, etc e tal, parece que só podemos falar o que é de bom tom, vigiando. Cafona não podermos mais rir, esculhachar e amar ao mesmo tempo!

Todo mundo tem

Todo mundo tem uma música super brega preferida... a minha é essa, Romance Rosa. Qual é a sua?
http://www.youtube.com/watch?v=LZtQIDvLokI

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Festa 4 - Mau humor

Olha, não tem nada mais brega do que pessoa que acompanha o parceiro em festas e fica num canto fazendo cara de coitada ou de "Que horas acaba pois estou te fazendo um favor?".
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A pessoa que não pode, por uns momentos, ir na onda do outro para a felicidade geral da nação, é cafona demais.
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E, da mesma forma, aqueles que acompanham o parceiro sem muito drama, mas acabam a noite mais íntimos e conhecidos dos convidados do que o próprio cônjuge que o levou. Não pode!!

Do meu jeito!!!

Cafona isso de pessoas que publicamente fazem afirmações tão drásticas e unilaterais, sem deixar aquela brecha para a discordância, para o outro olhar, para aquele que quer dizer: "Não penso assim não..."
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Frases começadas com "Eu tenho certeza que...", "Você está enganado quando...", "Não é nada disso que você..." deveriam ser enunciadas em espaços reservados a uma só pessoa - você mesmo - e no escuro!
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Como é rico quando posso aceitar a sua discordância. Assim vemos, nós dois, mais longe que eu.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ouvindo música

Quem nunca viveu um momento solitário e romântico, ouvindo música de amor, deitado na escuridão do quarto e sonhando com aquela pessoa impossível ou que se acabou de conhecer?
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No amor e na guerra todo ser humano é mais ou menos igual. A música que outro escreveu cala fundo e vira nossa própria voz... tudo está lá: a saudade, a dor de cotovelo, o ciúme, o arrependimento...
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Ouvir música de amor e ter certea de que o compositor te conhecia: cafonice de primeira!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Festa 3 - Mesma roupa

Não sei se vcs, meninas, já enfrentaram o drama que é chegar a uma festa e ter outra usando e-xa-ta-men-te a mesma roupa. Normalmente é vestido, pois se combinarem a mesma calça e blusa, você só liberta tomando passe.
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Confesso que na hora fiquei mal, mal... A gente é "pego" como se estivesse cometendo um crime. É um constrangimento, a gente passa a festa se esquivando. E torcendo pra aquela va... ir embora logo. Porque senão terá que ser você a va... a terminar a noite mais cedo.
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Mulher, com suas frescuras e nonsense, é um bicho cafona. Do tamanho GG.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Festa 2 - Coxinhas e afins

Tem coisa mais brega que coxinha de galinha, risoles e quibes fritos em festas?
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Hoje em dia o chique são aquelas coisinhas minúsculas, com cores duvidosas, e que precisam de lupas para serem identificadas. A gente acaba comendo o dobro pois nunca saciam, principalmente porque nem desconfiamos o que estamos comendo... Fica aquela conversa ridícula:
- Esse é de quê?
- Não sei, mas não pega não! Aquele ali rosa com verde tá melhor!
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Quando entro numa festa e tem coxinha, dá um conforto... não precisa ninguém brincar de adivinho. E a gente só come o que gosta.

Me dá um autógrafo?

Sempre condenei a tietagem explícita, a cafonice de se colocar inferior diante de um ídolo, essa atitude de cunho paternalista que me parecia servir mais aos adolescentes.
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Até que me vi, eu mesma, com um livro deslumbrante nas mãos, na frente de seu autor. Não pude dizer nada, apenas empunhei minha melhor caneta, ofereci o livro e sorri. Ao que ele brincou como sendo uma verdadeira ameaça, e sorriu de volta, me concedendo seu nome por escrito.
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Aí compreendi que tietar é se permitir estar completamente refém daquele instante. E de sua magia.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Festa 1 - Mimosear

Raramente a gente vai a festinhas (principalmente se forem na rua, estilo "cada um paga o seu") em que o aniversariante recebe uma porção de presentes.
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Mas como era bom quando a gente não tinha mão para carregar tanta bolsa e pacote e mal conseguia esperar chegar em casa para abrir todos os presentes.
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Perdeu-se o prazer de escolher um mimo. Hoje, quando chego numa festa em que muito se presenteia, falo logo: "Oba, festa cafona e das boas!"

Homem protetor 1

Hoje em dia, com o advento da igualdade dos sexos, perdeu-se o hábito instintivo ou cultural, não sei bem, que os homens tinham de proteger suas mulheres na rua.
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Por exemplo: quando o homem andava na calçada ao lado da moça, e ia para o lado de fora, junto ao meio-fio, para que ela andasse a salvo junto ao muro.
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Só mulher cafona é que adora e ainda sente falta.

Romance explícito

é esse mesmo!
Uma vez eu vi numa revista de decoração um coração enorme, cor de rosa, colado na parede de uma casa na Alemanha.
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Explicitar o romatismo na própria parede é pra lá de cafona.
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Não pestanejei: pedi ajuda a uma amiga designer, que desenhou o tal coração de quase um metro de diâmetro, com linha de corte, e mandei imprimir em papel adesivo. Botei em cima da cama. Depois adaptei uma rosa branca, única, colada meio dentro e meio fora dele.
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Chegaram a me dizer que seria difícil alguém querer dividir o espaço comigo, tamanho o mau gosto.

Beijo na boca

Noutro dia vi um casalzinho trocando beijos calientes à noite, na saída do metrô da Siqueira Campos, em Copacabana, onde faço meus estudos antropológicos. Estavam encostados na muretinha, na penumbra, naquela posição clássica: a mocinha sentada e ele, em pé, enganchado nela, de frente. Não sei se eram estudantes, não dava para ver se vestiam uniforme. Mas se beijavam e se esfregavam com vontade, na saída de algo: do trabalho(?), da escola(?), do estágio(?) da casa dos pais(?).
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Beijar pra valer no meio da rua - cafona de morte!

Vai fazer o quê?

Antigamente nossos pais nos diziam: "Meu filho, você precisa fazer o que gosta!", mesmo que nas entrelinhas ouvíssemos:  "Seja médico, engenheiro ou advogado... tudo bem, administrador, que seja..."
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Mais antigamente ainda, melhor era que um dos filhos fosse padre. Assim estava todo mundo mais ou menos garantido na eternidade.
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Hoje em dia tem toda a história de "carreiras em destaque", "absorvidos pelo mercado", "em alta", "em baixa", quanto se paga por um programador Java, etc etc.
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Fazer o que gosta virou cafona. Vocação também.